Recebi essa semana um email interessante e infelizmente não pude comprovar a veracidade, afinal a internet também é um grande meio para disseminação de boatos.
Longe de qualquer posicionamento partidário e considerando o fato real, o que coloco aqui é uma simples análise sobre a situação.
Assim dizia o email:
Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser constantemente formada e preparada.
Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para coordenar um curso de formação de costureiras.
O governo exigiu que o curso deveria atender a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o Governo entrou com o recurso; o SENAI com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o compromisso de enviar o cadastro das formadas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras.
Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor.
O curso foi concluído e, com isso, os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações.
E foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número de contratações foi ZERO. Entenderam bem? ZERO!
Enquanto ouvia o relato, até imaginei que o número poderia ser baixo, mas o fato é que não houve uma contratação sequer. ZERO.
Sem nenhum exagero. O motivo?
Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com dó, o diretor do Sinditêxtil: todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada.
Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um benefício que não pode ser perdido. É para sempre. Nenhuma admite perder o subsídio.
Dentro desse contexto, cabem algumas suposições que não são apenas negativas em relação as costureiras.
Primeiro, há de se analisar a situação que essas mulheres desempenham no âmbito familiar. Se forem mães solteiras, o fato de sair de casa pra trabalhar pode ser um problema devido ao fato de não terem com quem deixar os seus filhos. Sabemos a realidade do nosso país sobre creches públicas ou escolas de tempo integral...
O salário oferecido compensa essa saída, frente ao recebido pelo programa governamental?
Quais garantias essas pessoas receberam sobre a permanência mínima delas nas indústrias têxteis que fariam as contratações?
Em uma leitura displicente poderíamos criticar o posicionamento dessas mulheres, mas analisando outras possibilidades vemos que as coisas não são tão simples quanto parecem...